segunda-feira, 7 de junho de 2010

Entre pérolas e ostracismo: Quem vence?

Essa é a época do ano em que o tempo esfria mas todo o resto esquenta: A Copa do Mundo vai se aproximando e os assuntos em mesas de boteco têm cada vez mais pautas como a convocação do Dunga, os meninos da vila que ficaram de fora, o Ganso e a separação de Pato, além das greves que entram na moda para pegar carona no ano eleitoral. A disputa política vai ficando mais, digamos, real.

Com Ciro Gomes fora do páreo, os presidenciáveis Dilma e Serra vão se enrolando nos cabelos das próprias pernas – prometendo até dançar o “Rebolation” - em busca de pontos nas pesquisas de intenção de voto, visto que a última apontou empate técnico entre os dois. E nessa hora podemos economizar programas humorísticos: a política por si só é um show à parte!

Dilma parece estar seguindo o exemplo de Lula, seu padrinho político, e soltando pérolas no melhor estilo “ler é pior do que fazer exercício em esteira”. A frase, do Presidente Lula, deve ter inspirado sua candidata à sucessão, que se atrapalhou toda quando questionada sobre sua literatura preferida e não soube citar sequer o título de um livro. Parece que Dilma está lidando melhor com os 140 caracteres de seu recém criado twitter.

Mas não sejamos injustos! A ex ministra do governo Lula demonstrou muita cultura ao citar a obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos (ela falou do filme, não do livro homônimo). Em entrevista, Dilma disse que no filme está retratada a miséria e “a saída do povo do nordeste para o Brasil”. Isso mesmo! Saída do nordeste para o Brasil. Ou a candidata faltou nas aulas de geografia ou é adepta de um movimento separatista da região do resto do país. Resta saber qual dos dois ela pretende governar: o nordeste, ou o Brasil.

Enquanto isso Serra segue inabalável (ou nem tanto assim) com seu jeito “quadradão”, mergulhado em seu, de certa forma, ostracismo. Isso porque é órfão até de padrinho político. Enquanto Lula sobe nos palanques ao lado de Dilma para tentar passar seu carisma por osmose (aproveitando para ensinar algumas de suas pérolas), FHC faz que não é com ele quando o assunto é Serra. Mas o tucano tem dado seus próprios passos para sair do tal ostracismo: Recentemente até estampou a capa de certa revista semanal “imparcial” com um sorriso ingênuo e olhar cativante, que por mera coincidência muito lembra a capa da Revista Time com o carismático Barack Obama – a mesma mãozinha no rosto. Serra Paz e Amor... Acho que já vi esse filme! O marqueteiro Duda Mendonça, que elegeu Lula com esse mesmo slogan, deveria cobrar seus créditos.

Mas o fato é que Serra é carreirista. Vive de galho em galho, sem sequer concluir seus mandatos. Tudo bem que na mesma revista em que Serra estampou seu lindo rosto benevolente, a manchete era a seguinte frase “Me preparei a vida toda para ser presidente”. Talvez então, quem sabe, se ganhar as eleições conclua ao menos esse mandato. Afinal, após chegar ao lugar que ele sempre quis, o que mais ele pode querer? Talvez ser presidente do nordeste...

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